Formação, Desenvolvimento e Preservação de Acervo.
Oswaldo Bastos Fonseca
Graduando de Biblioteconomia
Exercitando uma breve leitura do processo cultural da humanidade, vamos observar que a preocupação em se registrar o conhecimento – de forma mais ou menos organizada – sempre fez parte da vida do ser humano, mesmo que essa preocupação fosse apenas intuitiva, não consciente ou científica. Na pré-história temos a biblioteca mineral (símbolos desenhados nas paredes das cavernas), na Antiguidade, com a Biblioteca de Alexandria, maior referencial cultural do mundo antigo, temos a reunião de um importante acervo, selecionado e disposto de forma organizado. No Renascimento ocorre, de forma mais sistemática, através de um caráter mais técnico, o processo de seleção dos documentos. Podemos mesmo afirmar que o processo de seleção não constitui uma parte separável do processo de organização de coleções. Segundo (WEITZEL 2001):
Por muito tempo, ao longo da história do livro e das bibliotecas, as atividades técnicas que hoje constituem o processo de desenvolvimento de coleções, estiveram restritas, de maneira geral, à seleção e a aquisição de materiais informacionais, para formar e desenvolver coleções em bibliotecas. Em decorrência de sua função primeira, selecionar obras para constituir bibliotecas, é possível afirmar que a seleção seja uma atividade inerente às coleções. Desde os tabletes de argila ao documento eletrônico não há como formar e desenvolver coleções sem se deparar com questões próprias da natureza do processo, tais como o que vai colecionar, por que, para quê e para quem colecionar.
A preservação do acervo constitui outra atividade também relevante a ser desenvolvida pelo bibliotecário. Geralmente, no senso comum, pensa-se que preservação é o mesmo que conservação e restauração. O corre que o profissional da informação tem que ter claro para si que estas técnicas apresentam conceituações diferentes. Segundo Maria da Conceição Carvalho:
Preservação tem um sentido abrangente, incluindo todas as considerações administrativas baseadas em políticas estabelecidas que devem prever desde projeto de edificações e instalações, incluindo a seleção, aquisição, acondicionamento e armazenamento dos materiais informacionais, assim como o treinamento de usuários e de pessoal administrativo no tocante à preservação de acervos.
Conservação implica em técnicas e práticas específicas relativas à proteção de materiais de diferentes formatos e natureza física (papel, tecido, couro, registros magnéticos) contra danos, deterioração e decomposição.
Restauração compreende-se as intervenções técnicas sobre os componentes materiais e morfológicos de um documento já deteriorado, praticado por especialistas em laboratório, com propósito de recuperá-lo para integridade estética e histórica da peça.
Apresentada as diferenças entre preservação, conservação, restauração, podemos afirmar que as duas primeiras cabem ao bibliotecário, a última ao profissional restaurador, pois somente ele tem a formação técnica, científica para restaurar um bem cultural.
A biblioteca, podemos por assim dizer, constitui o cérebro da humanidade, não há como falar de cultura, conhecimento, memória sem se sem se fazer referência a esta importante intuição social. Cabe portanto, ao bibliotecário ,gerenciá-la de forma que seu acervo seja preservado e esteja disponível ao usuário.
REFERÊNCIA
CARVALHO, Maria da Conceição. Preservação de acervos documentais: conceitos, agentes deteriorantes e controle. Belo horizonte. Escola de Biblioteconomia. UFMG. Dez.1997. (texto mimeografado).
WEITZEL, Simone R. O desenvolvimento de coleções e organização do conhecimento: suas origens e desafios. Perspect ciênc. Inf.. Belo Horizonte. V.7, n 1. p.61 – 67. jan/jun. 2002.
One Comment
Ola Oswaldo este texto é muito importante tem tudo a ver com o meu trabalho, gostaria que olhasse para mim esses dois ivros para ler, abraços, e … nao esqueça de fazer um blog desse para mim e mandar o endereço beijim e ate mais. Marilene